Barrichello na Indy
Por estas coisas
do destino, que a gente teima em não aceitar e talvez queira ignorar achando
que sempre teremos controle sobre as coisas, acabei hoje justamente não tendo a
disponibilidade para acompanhar a coletiva dada pelo Piloto Rubens Barrichello,
meu ídolo nas pistas!
Mas nem por este
motivo deixei de estar entusiasmado com esta notícia importante para o esporte a
motor não somente do nosso pais , mais do mundo inteiro. Mas vou deixar a parte emocional para outro fórum,
pois preciso destacar fatores importantes que como entusiasta do esporte a
motor e piloto de kart amador tenho que deixar claro para meus amigos e
bloguistas.
F1 X INDY
É bem verdade
que tratam-se de monopostos, tanto um F1 quanto um F – Indy, tem o mesmo
principio básico como veiculo de competição, entretanto destaco abaixo algumas
diferenças entre os dois, apenas para que tenhamos uma idéia do tamanho do
desafio que o Barrichello irá enfrentar neste ano.
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Chassis:
-- F1
Chassis de fibra
de carbono, feito por cada equipe individualmente, ou seja cada equipe é
responsável por desenvolver, montar e projetar os seus veículos de competição,
portanto dependendo de grau de intimidade e envolvimento que cada piloto tem
com o seu projeto \ time, fica então o carro, mais a “cara” do piloto, ou seja,
temos vários casos onde a equipe opta por desenvolver o seu carro sob as
características de pilotagem de um determinado piloto.
-- INDY
Chassis de fibra
de carbono, ou seja, feito basicamente com os mesmos matérias que um F1,
entretanto as semelhanças param por ai, alem de ser fabricada por uma única
empresa, no caso a Dallara, este chassis é mais pesado e é feito para que possibilite acertos tanto para andar em circuitos de rua, autódromos, misto,
aeroportos ( Cleveland por exemplo), ovais curtos, médios e longos. Portanto
temos uma situação diferente logo de cara pois todas as equipes partem então
com o mesmo chassis, após isto começam os acertos, setups, para cada piloto,
para cada tipo de pista especifica. Aqui eu particularmente vejo uma fórmula
bem interessante de competitividade, óbvio que sem levar em conta o
potencial que cada equipe tem para desenvolver o seu equipamento.
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Motor:
-- F1
Na formula 1 ,
cada equipe a principio pode desenvolver o seu próprio motor, é o caso da
Ferrari, Mercedes e Renault e até pouco tempo atrás a Honda, Toyota e BMW.
Porém temos casos onde uma equipe pode comprar o fornecimento de motores de
outra empresa, é o caso da Toro Rosso, Sauber,Williams por exemplo. Temos então
um cenário de múltiplos motores onde as principais desenvolvem os motores para
suas próprias escuderias e também podem fornece-lo para outras se for o caso.
Limite de giro a 18000 RPM, com direito a KERS carregado a cada frenagem e
liberado carga máxima volta a volta.
-- F1
Na formula Indy
até o ano passado, a categoria tinha apenas um fornecedor exclusivo, a Honda,
este ano volta a “guerra de motores” com a chegada da Chevrolet na categoria,
não sei se teremos outra marca no grid, realmente esta parte eu não tenho
certeza, mas de qualquer forma diferentemente do que ocorre na F1, não temos
uma equipe Honda ou uma equipe Chevrolet, temos equipes que usam os motores
destas marcas, ou seja, é um sistema de pacote apenas, novamente destaco aqui
um ponto positivo em relação a competitividade. Limite de giro a 12000 RPM, com
direito a um Booster (push to pass) a ser utilizado de forma limitada durante a
corrida.
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Pneus:
-- F1
Na formula 1,
temos apenas um fornecedor de pneus, já chegamos a ter 2 num passado não tão
distante, entretanto, por questão de limitações de gastos, foi convencionado
que a competição entre fabricantes dos compostos estava elevando muito o
orçamento das equipes. A partir do ano de 2011, a Pirelli, entrou para fornecer
os pneus para a categoria com a missão de entregar compostos que obrigassem
equipes e pilotos a fazerem a melhor gestão possível destes compostos afim de
obterem o Máximo de desempenho durante, toda a vida útil do pneu, ou seja, o
pneus eram levados ao limite e este limite era bem menor do que os utilizados
até 2010 pela Bridgestone, também na F1 são usados cobertos de aquecimento nos
pneus, ou seja, quando um piloto entra na pista os pneus já estão bem próximos
da temperatura ideal, isto vale também até poucos minutos antes da largada.
Existem portanto 4 tipos de compostos a disposição dos pilotos para pista seca,
Super macio, macio, médio e duro, onde por corrida e definido qual destes
compostos serão determinados para os pilotos utilizarem, em geral é feito
sempre uma escolha entre 2 compostos distintos, super macio e duro, ou Médio e
Macio, enfim, fica a critério da FIA realmente, ela que determina em função da
pista, abrasão do asfalto etc..... cada equipe então chama o composto “mais
duro” do final de semana de ( PRIME), e o mais mole de (OPTION).
-- F1
Na Indy, temos
uma situação até semelhante com a formula 1, um fornecedor exclusivo, para todas
as equipes, no caso da Indy são os Firestones, porém aqui não temos os
cobertores de aquecimento, cada piloto vai para pista e tem de fazer o trabalho
de aquecimento antes de buscar os limites do carro, o que em geral, leva cerca
de 2 voltas, para se chegar a temperatura ideal e depois mais 1 volta para se
obter o Máximo de desempenho daquele jogo de pneu. Também da mesma forma como
temos na F1 existem 2 tipos de compostos disponíveis para serem utilizados
durante as provas, ou seja, macios e duros, e os pilotos devem utilizar ambos
os compostos durante a corrida. Ate onde eu sei a diferença e que na Indy são 2
tipos de compostos para o ano todo, ao contrario da F1 que são 4 tipos onde a
FIA determina por corrida quais deles serão utilizados.
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Competição em
si:
Esta parte acho que posso falar das duas juntas, pois acho que fica mais fácil ate para explicar, acontece que na F1 os carros largam parados e ao longo da corrida em geral não temos muitas bandeiras amarelas, seja pelo nível dos pilotos, pelo tipo de pista em geral com mais áreas de escpaes nos casos dos autódromos mais modernos, enfim a dinânimca da corrida se dá de uma forma mais linear digamos assim. No caso da Findy, ate pela proximidade dos carros em relação ao desenvolvimento e preparação, como já destaquei acima, os carros estão sempre mais próximos durante quase boa parte da corrida, logo o numero de bandeiras amarelas é muito maior e o piloto deve idar com pneu frio, e situações de tráfego, seja em cirtuitos mistos travados como Vancouver, Detroit, long bech, ou também alguns ovais curtos ou triovais (Nazareth), este ultimo tipo de pista inclusive não faz mais parte do calendário da Indy.
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Pistas:
Acho que a
principal diferença em relação as pistas, mesmo considerando pisos diferentes e
circuitos de rua específicos, é a questão do OVAL. Ai está o grande desafio e
dúvida em relação ao Barrichello, como ele ira se adaptar, em relação ao carro,
a corrida em si, o trabalho com os spooters (pessoas que ficam e área
privilegiada do circuitos e orientam o piloto ao longo de toda a corrida),
gerenciamento dee combustível e estratégia e acima de tudo, trabalhar em
velocidades constantemente altas e com carros lado a lado durante toda a
corrida.
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Fator
Barrichello
É obvio que um
piloto com a experiência e o prestigio do Rubens faz e fará a diferença em
qualquer situação envolvendo um carro de competição. Entretanto se vocês
puderam observar, temos bastante diferenças entre a F1 e a Indy a serem
analisadas, antes de prevermos qualquer performance do próprio Barrichello
neste ano. Mas uma coisa é certa, ele vai partir quase do ZERO, para se adaptar
a categoria e competir junto com as equipes de ponta, inclusive é importante
observar que pesnke e ganassi (principais equipes da Indy), já estão fazendo
bons tempos nos últimos tempos e serão pareo duro da mesma forma como foi ano
passado, a chance das equipes menores (equipe KV do Rubens incluso(, e de aproveitar
este momento novo, afinal de contas este é o primeiro ano do conjunto chassis
\motor para todas as equipes, portanto e a oportunidade de reduzir a diferença.
Independente de
qualquer que seja a performance do Barrichello este ano na Indy, dar a cara para
bater aos quase 40 anos, depois de 19 anos na F1, 2 vice campeonatos, tendo
guiado Ferrari,Honda,Williams e vivido vários momentos diferentes da categoria
e acumulado tanta bagagem é de se admirar e acima de tudo respeitar o talento e
o amor que este piloto tem pelo esporte a motor e acima de tudo por representar
o seu país!
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Pra fechar é
como eu digo.....
BARRICHELLO SEMPRE, SEJA QUAL FOR A PISTA, CARRO OU CATEGORIA!!!!